Naquela manhã, antes mesmo do despertador tocar, eu já estava acordado - o que não era nada bom, levando-se em conta de que eu havia tido apenas 4 horas de sono na noite anterior.
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Durante algum tempo, tudo o que eu fiz foi ficar deitado em minha cama, observando o teto escuro do quarto ir clareando aos poucos com as primeiras luzes do dia, pedindo secretamente que o sol não chegasse.
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Como consequência da minha ''pequena'' vigília por respostas, meu organismo cobrava à juros altos as horas de sono desperdiçadas. Cada centímetro do meu corpo parecia arder em chamas, minhas pernas pesavam mais que um saco de concreto e eu tinha a estranha sensação de que minha cabeça estava a ponto de explodir. Isso, sem falar no vazio que se apoderava de mim.
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Por mais cansado que estivesse, nada parecia ser capaz de tirar da minha cabeça a terrível imagem do ser no meu sonho. O sorriso maligno, o olhar feroz... tudo tinha sido tão real, tão assustador, que por mais que eu tentasse esquecer, aquilo não saia da minha mente.
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''Você está começando a ficar neurótico'', disse para mim mesmo.
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O que não deixava de ser verdade. Simplesmente tinha perdido as contas de quantas vezes, nas últimas horas, eu havia me sobressaltado com o mínimo ruído. Qualquer coisa naquele momento, desde uma buzina de carro até a minha própria sombra, parecia ter o poder de me assustar.
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Após meia hora de pura apatia, tomei coragem suficiente para me levantar. Enquanto caminhava sem pressa em direção ao armário, repassava mentalmente os acontecimentos do último pesadelo. Não sabia como, mas tinha a impressão de que me esquecia de um detalhe, algo além da aparência do antagonista. Era estranho, pois só agora percebia que eu nunca me lembrava do sonho em si, apenas o momento em que o ser surgia diante de mim. O momento que me fazia acordar assustado.
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- Já está de pé? - perguntou uma voz masculina, bem atrás de onde eu estava.
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Meu coração quase saltou pela boca. Ao virar, me deparo com meu pai, desta vez com seus cabelos negros perfeitamente arrumados, vestido por completo com seu uniforme de trabalho. Cirus era chefe da Brigada de Paramédicos de Ventura, o que era bastante irônico, se considerarmos o que ele secretamente podia ver e fazer.
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-Meu Deus, o que está acontecendo?
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-Não foi nada. Só levei um susto com o senhor...
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-Anh?! - Depois de um segundo de incompreensão, o rosto de Cirus se contorceu em uma careta de preocupação. - Ariel, por que você não me conta logo sobre o que é esse seus sonhos?
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Sem dizer mais nada, peguei o uniforme horroroso da Constantine e comecei a trocar de roupa. Não estava preparado, nem com a mínima vontade de discutir sobre aquilo com meu pai. E pelo visto, ele também percebera isso, pois no instante seguinte, não estava mais no meu quarto.
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Depois de uma rápida passada no banheiro, onde tentei (sem sucesso) me afogar na pia, resolvi ir tomar café. Desci rapidamente pelo poste de emergência, e corri em direção a cozinha. Este era um dos detalhes que me fazia gostar tanto da minha casa. Antes de meu pai e eu morarmos aqui, o prédio era na verdade a antiga sede do Corpo de Bombeiros da cidade. Quando viemos para cá, Cirus reformou o lugar todo, mas manteve algumas características como a faixada, o poste e o sino de alerta.
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Nossa, não está no gibi o quanto que meu pai teve que usar o sino para me obrigar a ir para escola, quando eu era menor.
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Ao chegar na cozinha, percebi que Cirus já estava terminando de comer. Sua testa estava frizada, enquanto lia com uma estranha concentração as manchetes do jornal em suas mãos. Outra coisa que também vi foi que ele me olhou brevemente por sobre as folhas abertas, e aquele era um claro sinal de que algo que eu fiz o incomodava - e muito.
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Obviamente, o meu silêncio sobre o pesadelo estava começando a irritá-lo. Mas, por mais que eu quisesse ajuda para desvendá-lo, falar com mais alguém significava que havia uma possibilidade de tudo aquilo ser verdade... E no fundo, não era bem isso o que eu queria.
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Após meio minuto de um silêncio constrangedor, resolvi quebrar o gelo.
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- Hum, muita notícia ruim hoje?
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- Não, nada grave - murmurou Cirus, olhando-me novamente por sobre o jornal - Só a coclusão das investigações daquele acidente do mês passado, envolvendo adolescentes em Dumont...
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- Ah, sim! - respondi, tentando demonstrar interesse. Do lado de fora do periódico eu podia ver a manchete da matéria encabeçando uma grande foto de um dos envolvido, um rapaz ruivo e simpático, que deveria ter no mínimo a minha idade quando a imagem fora tirada. Não sabendo o por que, aquilo me fez tremer ligeiramente... e me obrigou a continuar perguntando - Mas então, já sabem o resultado de tudo?
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- O de maior estava alcolizado, é claro... - resmungou meu pai, ainda sem tirar os olhos do papel - Pelo o que a polícia apurou, na velocidade em que o garoto vinha, os passageiros do táxi atingido tiveram muita sorte de terem conseguido sair dessa sem um arranhão.
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A resposta fria e direta de Cirus me fez encolher aos poucos na cadeira. Estava bastante nítido que o assunto macarbro não ajudava em nada no desenrrolar da coisa.
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E, é claro, eu não podia deixar o barco continuar por aquele rio.
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- Me desculpe pai! - explodi, sem um pingo de coragem para encará-lo -Tudo bem, eu sei que eu errei, mas eu sinto que ainda não estou pronto...
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- Claro, claro - com um movimento longo, Cirus devolveu o jornal à mesa e passou a mão sobre seus cabelos, seu rosto demonstrando pura frustração - É só que... eu quero que você saiba que pode contar comigo! Pra qualquer coisa!
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- É claro que eu sei que posso contar com o senhor pra qualquer coisa - resmunguei, começando a sentir o sangue fluir sobre a minha face - além do mais, quem acreditaria em mim se eu dissesse o que eu vejo, na verdade? Estamos condenados a morar juntos pelo resto de nossas vidas.
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Por um breve instante, pude ver a expressão de Cirus se descontrair e a sua risada gutural começar a ser formar no fundo do seu peito. Quando ela finalmente atingiu a superfície, toda a tensão que parecia pairar sobre as nossas cabeças veio abaixo, como se as gargalhadas produzidas pelo meu pai fossem a única coisa capaz de expulsá-la. E aquilo me contagiou também. Sem perceber, eu já estava caindo de rir, as lágrimas incontroláveis rolando pelas minhas bochechas.
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- Nossa garoto, ... esse seu... ''otimismo''... é um verdadeiro estimulante - gorgolejava Cirus, enquanto enxugava os cantos de seus olhos com os punhos da camisa - Devia usá-lo em sua escola.
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- Escola?! - perguntei aéreo, olhando por puro instinto para o grande relógio sob o batente da cozinha - Droga, perdi a hora!
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- Pode deixar... - Cirus gritava para mim, enquanto voava de volta para o meu quarto para pegar o casaco e o material - ... eu te levo até lá antes de terminar a palavra ''atrasado''.
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Dito e feito. Foi só eu meu encostar no banco do carona de nosso velho Mustang 64, que me pai disparou pela rua como um louco alucinado, os pneus do carro chiando perigosamente contra o asfalto. E assim como prometera, antes que eu pudesse soletrar qualquer coisa, estávamos derrapando em frente ao portão principal da Academia Constantine.
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Confesso que, mesmo depois de todos esses anos, eu não conseguia me acostumar ao jeito ''rebelde'' que Cirus dirigia. Muita das vezes, em situações iguais a esta, eu me via como o pai racional e ele como o filho cabeça dura.
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- Destino final!
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Com uma piscadela marota, Cirus puxou o freio de mão e abriu a porta do carona, seu típico meio sorriso a estampar suas feições. Ele nem parecia abalado por ter quase atingido um lampião de rua com a traseira do Mustang, e nem um pouco culpado por ter ultrapassado o limite de velocidade em uma área escolar - algo bem diferente de mim.
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Eu precisei de uns dois minutos para me recuperar, murmurar um fraco ''obrigado'' e sair do automóvel. Assim que coloquei os pés na calçada, o Mustang avermelhado acelerou e partiu, se transformando em um borrão até desaparecer na esquina.
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- Tchau pra você também - falei, enquanto fechava o meu agasalho e seguia na direção do antigo prédio a minha frente.
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Era mais uma manhã fria como de costume, mas diferente do que se pode esperar, o céu estava claro e azul, pontuado por gigantescas nuvens repolhudas. A fraca claridade produzida pelo sol dava a Ventura um colorido estranho, como se a cidade toda fosse uma enorme aquarela viva. A beleza da Primavera combinada com o clima do Inverno, perdurando durante todo o ano.
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Mas nem a paisagem mais bela do mundo poderia me fazer esquecer do horror que teria que enfrentar durante metade do meu dia.
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Assim que me aproximei dos portões da escola, avistei a pessoa que eu menos queria encontrar logo pela manhã: Oliver Nigro, rodeado por seus asseclas, encostados preguiçosamente no corrimão da escadaria de entrada, enquanto exibiam para todos os seus agasalhos caros por sobre o paletó vermelho da Constantine.
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Oliver, único filho do Diretor Nigro, sempre se achou o dono da escola. O pior, parecia que a maioria dos alunos também achava. Desde pequeno, ele parecia ter me escolhido como seu ''saco de pancadas'' preferido, me constrangendo na frente dos outros e me extorquindo pelos cantos, sempre ladeado por seus amigos mais intimidadores. É claro que, se eu quisesse, já teria dado um fim nesta situação a muito tempo...
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Mas o que aconteceria se eu, finalmente, desse o troco em Oliver?
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Sem sombra de dúvidas, era uma idéia tentadora, mas não seria nada ''legal'' de se ver. Então, tudo o que eu podia fazer era abaixar a cabeça e aturar tudo calado, como um bom garoto. E Deus sabe o quanto eu tive que me controlar para não perder a controle e fazer uma besteira.
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Seguindo a risca o meu plano de passar o último semestre na escola da forma mais indolor o possível, evitei de passar na frente do ''Sr. Meu Cabelo Loiro-brilhante é Natural'' e me encostei no tronco de uma árvore próxima. Ainda faltavam três minutos para a sineta tocar, e cada vez mais a calçada frontal da escola se enchia de alunos e professores esperando o começo das aulas.
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Foi quando o que ninguém esperava aconteceu.
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Cruzando a rua em direção ao pátio da Constantine, um garoto nunca visto antes seguia lentamente na direção de Oliver e seu grupo. Era um tipo que, só de olhar, você sabia que não tinha nascido na cidade, e era o único em toda a quadra que usava um par de tênis Converse ao invés dos sapatos antiquados do uniforme.
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O rapaz era alto e magricela, sua cabeleira lanzuda caía desgrenhada sobre a testa e sua pele morena tinha um tom pálido doentio, como se não tomasse um banho de sol à tempos. Não fazia o tipo das pessoas que andavam com Oliver, isso eu tinha certeza. Mas não havia uma alma viva que eu conhecia que se aproximava dos Privilegiados sem ser convidado.
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Além de todos esses detalhes, parecia que eu conhecia o novato de algum lugar. E, não sabendo bem o por quê, aquilo chamou minha atenção. Acho que foi a ousadia do garoto, ou o espanto de Oliver ao vê-lo se aproximando, mas de uma forma ou de outra, eu precisava saber o que aconteceria.
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Sabe, eu podia reclamar bastante desta coisa de ser um Arcano - tenho os meus motivos! Mas quando eu precisava, ter nascido com isto realmente era uma mão na roda. Hoje é um exemplo. Se eu fosse um garoto normal, não poderia escutar nada: a barulheira juvenil de pré-aula era quase ensurdecedora. Mas como eu não era, tudo o que eu tinha a fazer era me concentrar e localizar o ponto onde o som ao qual eu estava procurando era produzido e ''voilá''.
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E foi o que eu fiz.
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O estranho se aproximou tão rápido de Oliver que eu quase perdi o começo da conversa. Pelo visto, aquele era o primeiro dia de aula para o rapaz, e tudo o que ele estava fazendo era pedir ajuda para o primeiro veterano que encontrava - que por acaso era O Veterano. Um engano fatal.
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- Vocês está me perguntando aonde é a secretaria? - perguntou Oliver, a voz carregada de irônia e falsa surpresa - Vem cá, está me achando com cara de Balcão de Informações?
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Os Privilegiados caíram na gargalhada. Alguns soltavam piadinhas ofensivas para o novato. A maioria das pessoas que estavam perto da escada pareciam ter parado para ver Oliver se fartar com a sua mais nova vítima. Porém, novamente contrariando a lógica local, o rapaz também ria com a situação.
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- Ai, Droga! Mil desculpas - murmurou o estranho, com uma voz que indicava nenhum tipo de arrependimento - é sério, como eu pude ser tão estúpido e não reconhecer vocês?
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Subitamente, as risadinhas pararam.
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- Ah, por favor, poderiam me dar um autógrafo?
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- Um...um autógrafo?! - gaguejou Oliver, desta vez realmente surpreso.
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-Mas é claro! - exclamou o novato, um sorriso brilhante iluminando seu rosto - Sabe, eu achava que esta história era puro clichê de filme adolescente, mas conhecer o Rei do Baile Sem Coração e os seus Capangas Descerebrados em carne e osso realmente é uma honra!
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No mesmo instante Oliver se levantou, o punho preparado para desferir o golpe. E no mesmo instante, o Diretor Nigro apareceu no topo da escadaria, salvando o novo aluno com um ''timing'' que ele nunca teve com nenhuma outra vítima de seu filho.
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- Líon, aí está você, meu rapaz! - exclamou o Diretor, abrindo os braços na direção do jovem - Pelo visto, já está se enturmando! Não é mesmo, Oli?
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Tive que me controlar para abafar o meu riso.
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Era óbvio que Oliver e o garoto chamado Líon nunca seriam amigos. E mais óbvio ainda era a patética tentativa do Dir. Nigro de parecer simpático ao aluno. Ele não era simpático. Pelo contrário, parecia haver uma competição entre ele e o filho para saber quem conseguia ser mais intragável. Só podia haver um motivo para essa repentina mudança de personalidade, e qualquer que fosse, não deveria ser nem um pouco nobre.
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- Venha, eu mesmo irei apresentar as instalações da Constantine para você... Ou prefere que o meu filho o guie?
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Durante um milésimo de segundo, pude ver a hesitação iluminar os olhos castanhos de Líon. Eu compreendia bastante. O Dir. Nigro não era exatamente o tipo de pessoa que você confiava a primeira vista. Seus cabelos grisalhos, a barba por fazer, as feições leoninas - todo o conjunto parecia refletir uma esperteza com um quê de maligna. Porém, por mais suspeita que fosse a impressão que o Diretor estava causando, qualquer coisa no momento seria melhor do que a fúria invisível que Oliver emanava.
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Sem escolha, Líon subiu rapidamente a escadaria e se postou diante do administrador geral da Academia.
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- Muito Bem - Com um gesto largo, o homem enlaçou os ombros do rapaz, o conduzindo de uma forma imperiosa para dentro do prédio ainda vazio - Então, como está se sentindo? Onde está a sua irmã?
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-Serina não pode vir hoje - respondeu Líon, o desconforto transparente em sua voz - Acho que ela acordou pouco disposta.
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Com um leve aceno de compreensão, o Dir. Nigro indicou o caminho à frente e levou o garoto para longe de todos.
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Quando voltei a minha atenção para Oliver, ele continuava parado no mesmo lugar - chocado pelo comportamento do pai, enraivecido pela perda de sua primeira presa. Só depois de um cutucão de um dos amigos brutamontes ele pareceu voltar a si, justo quando eu me recuperava de um ataque de riso que acabava de ter.
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- Está sorrindo por quê, Mestre dos Esquisitos?
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A sineta impediu a resposta mal criada que eu estava prestes a dar. Mas não me importava. De uma forma inesperada, aquele meu último semestre na Academia Constantine prometia.
eeu realmente esperei o Adrian dar uma resposta dessa vez no Oliver, grrr, UAIDHASOIDUHASDIUHDIUD *-*
ResponderExcluirmuuito boom Henri,
beeijos :*