segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Capítulo 10 - Pesadelo

Mesmo sabendo que estava seguro na Casa-de-Bombeiros, meu coração continuava martelando forte contra o peito.
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Durante todo o relato do meu encontro com o demônio de Líon, meu pai e Angel não trocaram uma só palavra. Cirus, que continuava usando o seu uniforme da Brigada de Paramédicos, parecia aturdido ao escutar cada descrição minha. Já minha tia olhava para mim em um estado de choque, sua expressão mudando para a indignação assim que terminei de contar tudo o que aconteceu.
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- Eu não acredito que ele te ameaçou, veja só! Ou ele não faz a miníma idéia com quem está se metendo, ou ser um Arcano hoje em dia não deve significar mais nada...
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Ainda pensativo, Cirus se levantou da poltrona onde estava sentado e começou a andar de um lado para outro. Eu sabia muito bem o que ele estava fazendo, e também sabia que estava prestes a efrentar um longo interrogatório.
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- Você disse que o demônio controlou você e Oliver? - perguntou ele junto a mim, os braços cruzados sobre o peito e seus olhos cinzentos mais frios do que eu já havia visto até então.
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- Bom, foi mais ou menos o que ele deu a entender - repliquei, não estando tão certo sobre isto quanto antes.
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Com um balançar de cabeça, meu pai voltou ao seu percurso rotativo em meio a sala de estar, enquanto Angel se ajeitava sobre o braço do sofá em que eu estava sentado.
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- Mano, isto não faz o menor sentido! - disse ela, seus olhos azuis congelados de espanto e dúvida - Demônios Comuns não podem atuar no campo espiritual... Muito menos infligir seus poderes à um Arcano.
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- Mas é aí que está a questão - respondeu Cirus, parando novamente de caminhar - Acho que o que ele fez foi interferir nas emoções presentes no ambiente ao seu redor, e para isto, nem é preciso atuar no campo espiritual. É como possuir um corpo: ele vai controlar seu organismo, mas não sua alma. Poucos seres da classe Comum sabem como fazer isto, mas pelo jeito, o que nós estamos enfrentando é mais inteligente do que esperávamos.
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Angel parecu entender muito bem a explicação de seu irmão, porém, eu continuava perdido e assustado. Agora, mais do que nunca, Líon corria perigo. E não só isso: todos ao seu redor, incluindo Serina e quem quer fosse, também.
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- Sei o que está pensando - disse meu pai, parando ao meu lado e passando seu braço pelo meu ombro - mas acredite, tudo vai ficar bem. Temos que ficar mais alerta, sim... Mas nada vai acontecer com seu amigo; lhe dou a minha Palavra de Arcano.
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Por um momento, olhei atônito para Cirus. A Palavra de Arcano era o maior juramento que alguém como nós poderia dar. Depois disso, vi que meu pai estava realmente empenhado em me ajudar nesta missão.
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- E agora, o que vamos fazer? - inquiriu Angel, reunindo rapidamente seus cachos platinados com as mãos e os prendendo com um elástico no alto da cabeça.
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- Para início de conversa - começou Cirus, sua postura reta e autoritária, em uma posição que eu intimamente chamava de ''Módulo Arcano em Ação'' - Você e eu iremos pesquisar qualquer coisa que possa ter acontecido com o rapaz ou que esteja relacionado à ele... Vamos procurar nos hospitais, na delegacia, no corpo de bombeiros e até no cartório. Qualquer informação, por menor que seja, pode ser valiosa para nós.
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Angel meneou a cabeça em concordância, se levantou do braço do sofá e deixou a sala, como se fosse partir em sua busca naquele exato instante.
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- Quanto a você...
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Antes que meu pai me dissesse qual era a minha parte ativa no plano, eu já estava consciênte do que iria fazer. Para falar a verdade, eu meio que já sabia a minha função desde que vira o demônio de cabelo cor-de-fogo no Pavilhão de Tortura da Academia.
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Eu seria o guardião secreto de Líon Biel.
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A partir daquele instante, eu o seguriria para qualquer lugar, estaria atento à tudo ao nosso redor e o protegeria da menor ameaça que surgisse no nosso caminho - igual à um cão de caça treinado... ou à um Anjo da Guarda, olhando a situação por um ângulo mais objetivo.
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E foi exatamente o que eu fiz nas três semanas seguintes.
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Todos os dias, eu buscava o garoto em casa, o levava para a escola e o acompanhava em todas as aulas. A volta era bastante parecida, e eu só me sentia tranquilo quando via que a porta de entrada da moradia dos Biel estava sendo trancada à chave. Não que isso pudesse de fato deter qualquer manifestação sobrenatural, mas a simbologia que a cena representava me deixava muito mais calmo pelo resto do dia.
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Um bônus inesperado que recebi por esta dedicação foi a presença de Serina. Assim como eu, a garota acompanhava o irmão na ida e na volta para casa. E, mesmo tendo que dividir a sua atenção entre as dezenas de seguidores que consquistara na Constantine, ela sempre arrumava uma brecha para ficar na nossa companhia por um tempo. E não era só a amizade com Serina que estava seguindo um rumo diferente do qual eu previra.
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Para minha surpresa, nem Oliver - nem nenhum dos seus amigos - comentou um detalhe sequer da nossa briga sob a passagem subterrânea, logo no segundo dia de aulas. Na verdade, depois que o assunto esfriou em minha mente, eu comecei a suspeitar que adimitir que apanhara como nunca do ''Mestre dos Equisitos'' não era exatamente algo que o líder dos Privilegiados estivesse louco para fazer - por mais que isto pudesse arruinar a minha vida.
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Não que o ato não tivesse gerado uma consequência. Se antes Oliver não me suportava, agora ele me odiava com todas as suas forças. Estava escrito, desenhado e estampado na cara dele. Sempre que me virava na sala de aula, o garoto parecia me encarar, seus olhos claros me enviando onda atrás de onda de tensão. Como se fosse possível, a cada dia que passava, a raiva parecia consumir o filho do diretor aos poucos: Sua pele começou a ganhar um estranho tom pálido, sua barba estava sempre por fazer, e seu cabelo - outrora brilhante - parecia opaco e apagado.
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Se as coisas pareciam estar indo de mal a pior para Oliver, o mesmo eu não poderia dizer sobre mim. Uma das grandes vantagens de eu ter, praticamente, começado a seguir os gêmeos Biel foi que um terço dos estudantes da Academia Constantine pareciam ter perdido a ''aversão'' que sentiam por mim. Eles deviam pensar: ''se Serina e o irmão parecem gostar dele, por que não dar uma chance?''
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Ás vezes, quando Serina conseguia um tempo e se sentava com Líon e eu na hora o intervalo, Alice Corvel e Amanda Vixen traziam todas as suas amigas para conversar conosco, formando um gigantesco grupo para lá de peculiar. Quando as garotas não estavam por perto, Daniel Maltha e seus amigos da Equipe de Lutas vinham se encostar ao redor de mim e do novato, rindo e falando sobre qualquer coisa: desde esportes, o clima, mangás, filmes, música e até... bom, garotas, é claro.
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Era confuso, mas eu me sentia normal pela primeira vez. Quando eu passava pelo corredor, as pessoas agora me cumprimentavam. E, como se não bastasse, nessas três semanas eu não tive um vislumbre sequer do aprendiz de demônio.
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Mas não pense que isto fez com que eu abaixasse a minha guarda, não mesmo. De vez em quando, eu me pegava pensando na criatura, no que ela poderia estar tramando para desaparecer por tanto tempo. Na sexta feira, quando estávamos na Biblioteca no horário da Rede de Leitura, Serina me flagrou desenhando distraídamente as feições nebulosas do perseguidor.
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- O que você está fazendo? - perguntou ela, pegando o meu caderno e encarando o esboço de um par de olhos negros e famintos.
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- Não é nada - respondi rápido, tentando tirar a folha de suas mãos - é só um desenho-de-treino.
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- Nossa, é tão lindo e... assustador ao mesmo tempo - disse ela, me devolvendo o caderno e colocando o seu queixo sobre as mãos.
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- Ih, se prepara que ela vai te pedir alguma! - sussurrou Líon ao meu lado, enquanto corria os olhos pela página do livro que lia.
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Com um movimento, a garota jogou o livro que segurava na cabeça do irmão e se voltou para mim, como se nada tivesse acontecido.
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- Então - continou ela, deslizando o seus dedos pela espiral do meu caderno até encontrar a minha mão - Amanhã, a Equipe do Daniel vai enfrentar o pessoal do Instituto Alverga aqui na escola à noite. E as meninas todas vão vir, e eu gostaria de saber se você não quer vir comigo?
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Em uma batida, meu coração parou. Tentando compreender o que estava se passando ali, olhei por sobre o ombro da garota à minha frente e vi suas colegas reunidas atrás de uma estante, observando nós dois sem pudor algum e dando altas risadinhas. Já em algumas mesas de distância, Daniel e os outros garotos da Equipe balançavam os braços para mim, amostrando pequenos cartazes-de-papel com dizeres como ''Vai fundo, cara!'' ou ''Você é nosso herói!''.
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Por um milésimo, me imaginei passeando com Serina, nós dois de mãos dadas e quem sabe, bem... Mas, assim que imaginei isto, percebi a presença de Líon ao meu lado e tudo veio abaixo. Eu não podia deixá-lo sozinho para poder sair com a irmã dele. As consequências de um erro meu poderiam ser terríveis, e eu nem queria pensar nelas. Foi então que eu tive uma idéia brilhante para aproveitar aquela oportunidade única, não esquecendo dos meus compromissos de Arcano.
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- É claro que sim - respondi, abrindo o sorriso que eu usava quando queria pedir alguma coisa para Cirus - mas eu tava pensando: Por que não levar o Líon?
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- Ah, nem pensar! - arfou o novato, olhando de mim para irmã de forma carrancuda - É ruim que eu vou sair com vocês pra ficar de vela!
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Mas uma vez, a irmã pegou o livro que segurava e tacou na cabeça do irmão.
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- Tudo bem, eu entendi! - disse Líon a contragosto, massageando o ponto em que o livro o acertou - Isso não é um encontro, é só uma saída de ''amigos''...
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Ao falar ''amigos'', o garoto fez questão de formar aspas no ar com os dedos. Mas aquilo bastou para ela e para mim. No dia seguinte, lá estava eu, acompanhando os dois gêmeos pelas ruas de Ventura, na direção do campus da Constantine.
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Já eram seis e meia da noite, e todas as luzes da escola estavam ligadas. Olhando de relance para a fachada dos prédios, a Academia mais parecia um castelo do que outra coisa - suas pequenas luminárias banhando as paredes de tijolos vermelhos de baixo para cima. Do lado de fora, nós conseguíamos escutar com nitidez a algazarra que vinha do Pavilhão de Tortura e enchia o ar crepuscular da rua.
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Quando finalmente chegamos ao Ginásio Poliesportivo, onde aconteceria o Desafio de Lutas, a banda do Instituto Alverga terminava de fazer sua apresentação um tanto desafinada ao som de ''Hey, Mickey!''. Ao que parecia, antes dos membros de cada equipe se enfrentarem na arena, o pessoal das bandas faziam o mesmo - só que com seus instrumentos, ao invés de braços e pernas.
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Assim que encontramos o nosso lugar junto das colegas de Serina, Daniel e seus companheiros se viraram para mim e piscaram deliberadamente. Eu tentei fingir não ver os olhos de Líon rolarem para o céu como se dissesse ''eles pensam que me enganam'', por isso tentei prestar atenção ao máximo na Equipe da Constantine.
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Eu não sabia como Daniel e os outros conseguiam se sentir tão confortáveis estando naqueles colantes vermelhos. Eram constrangedores. As Garotas da Conferida estavam posicionadas estrategicamente logo atrás da área de concentração do time da Academia, e toda hora elas apontavam para os rapazes de vermelho e se abanavam.
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Depois do Diretor Nigro ir até o centro da Arena e cumprimentar o administrador do colégio adversário cheio de pompas desnecessárias, o juiz chamou os capitães das duas equipes e explicou as regras. Daniel e o outro garoto pareceram concordar com os termos apresentados, então os dois tomaram suas posições na área atapetada e o juiz assoou o apito.
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Eu gostaria de dizer como foi a luta, mas não posso. E quando eu digo não, estou querendo dizer na verdade ''não sei o que aconteceu''. Pois, logo após que escutei o eco do apito chegar até mim, eu senti uma dor alucionante rasgar o meu cérebro e desmaiei.
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Ao acordar, eu não estava mais no ginásio. Na verdade, nem na Constatine eu deveria estar. Tudo ao meu redor parecia estar no escuro, e os único ruídos que quebravam o silêncio era o barulho de um motor e duas vozes familiares atrás de mim.
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Tentei abrir os olhos, mas minhas pálpebras pareciam pesadas e lentas. Com um esforço digno de Hécules, consegui despertar de vez. Em um esgar de espanto, percebi que estava sentado no banco do carona de um Táxi - o automóvel percorrendo uma longa avenida ladeada por grandes eucaliptos. Eu reconheci o lugar (era a autopista que ligava Ventura à Dumont), só não sabia por que estava ali.
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Ao meu lado, o taxista - um homem alto e jovem, com grandes costeletas e olhos brilhantes - concentrava toda a sua atenção na estrada à nossa frente, nem parecendo perceber que eu havia acabado de acordar. Ainda sentindo a forte dor de cabeça, me virei na direção das vozes alegres que quebravam o silêncio dentro do carro e tentei ver quem me acompanhava naquela viagem... mas tudo que eu consegui foi me olhar no reflexo de um vidro escurecido, refletindo nas sombras as curvas sinuosas do caminho.
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De repente, um par de luzes ganhou vida do nada, e eu senti o mundo inteiro perder o eicho. Som de pneus freando e o barulho de um automóvel capotando cruzou os ares da noite. O Táxi girou mais três círculos perfeitos de 360°, até que atingiu em cheio o tronco largo de um eucalipto, fazendo o vidro dianteiro se estilhaçar em mil pedaços.
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Atordoado, tirei o cinto de segurança que me prendia e corri para ajudar o taxista, que estava desarcordado. O homem tinha uma feia marca roxa na testa, mas graças ao seu cinto, nada mais tinha sofrido. A barulheira produzida pelos passageiros atrás de mim havia morrido, porém não me preocupei - o maior dano estava na frente do Táxi, não atrás.
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Respirando fundo, tentei abrir a porta do lado do carona, mas não consegui. Olhando para os lados, usei minha força extra e ainda assim a passagem continuava emperrada. Aquilo era ridículo. Como eu iria ajudar os outros se nem a mim mesmo eu podia ajudar?
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Sentindo um forte arrepio, me virei para frente e o meu sangue ferveu. Do outro lado da pista, um conversível negro e elegante se encontrava de cabeça para baixo, seu teto removível jogado à uns oito metros de distância. Eu não conseguia ver como o motorista do outro carro estava, e aquilo estava me deixando aflito.
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Fazendo mais força para me libertar, percebi que cada vez mais as cores ao meu redor pareciam se esvair, e uma névoa gélida e cortante começou a se espalhar pela via, suas formas se espiralando e ganhando dimensões estranhas. Um rasgar cortante e espectral cruzou a autopista, e com o coração na mão, vi o dono do outro automóvel se arrastar por debaixo da carroceria - seus braços e suas pernas em ângulos macabros e impossíveis.
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Congelado, vi o motorista se erguer igual à uma marionete, seus pés virados para trás traçando uma reta na direção do Táxi abatido. Eu queria gritar, mas minha voz não saía e todos os meus movimentos pareciam mais lentos. Curvando-se na minha direção, o homem arrancou a porta do carona com seus braços quebrados e o jogou para longe, o metal produzindo uma chuva de faíscas ao tocar o solo asfaltado à mais de quinze metros.
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Reunindo toda a minha coragem, encarei o estranho que se agigantava sobre mim e senti o choque me abater. Recortado contra lua, o rosto malígno do demônio que seguia Líon me encarava com prazer, sua cabeleira ruiva curvando-se ao vento ártico.
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- Acho que nos encontramos de novo, não? - disse ele, seu hálito pesado me atigindo com um soco. Antes que a criatura fizesse algo mais, consegui me livrar das amarras invisíveis que vedavam a minha boca e gritei.
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E foi o meu grito sufocado que me libertou e me fez acordar de verdade, estatelado sobre a maca de vinil da Enfermaria da Constantine.
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Quando abri os olhos, Serina e Líon estavam ao meu lado, acompanhados por toda a Equipe de Lutas, mais Amanda e Alice. O Prof. Novaz avaliava metódicamente a minha pressão, até que percebeu que eu havia acordado, e me encarou com seus olhos imensos e simpáticos.
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- Vejam só, o dorminhoco acordou!
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A tensão que sustentava o ar se dissipou rapidamente. Pude perceber cada músculo dos maxilares do novato se descontraírem, e com um pequeno suspiro, sua gêmea chegou mais para perto da minha maca e passou as mãos pelos meus cabelos úmidos de suor.
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Eu sabia que aquele não era um momento apropriado, mas um terço da ligação que me tomou à três semanas atrás percorreu com força todo o meu corpo. Por um segundo, eu queria que nos deixassem sozinho, e que parassem de olhar para mim daquele jeito assustado.
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- Hei, o que foi que aconteceu, cara? - perguntou Daniel, dando um leve tapinha na minha perna direita - Você nem viu a nossa escola estraçalhando os babacas da Alverga!
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Com um incontrolável bocejo, me levantei da maca e olhei ao meu redor. Eu não havia desmaido - na verdade, eu havia mergulhado no sonho que me atormentava quase todos os dias, mesmo estando acordado. Algo me fez ficar inconsciente, e algo havia me revelado a cena inteira do meu pesadelo.
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Até aquele dia, a cena sempre acabava quando o motorista do outro carro arracava a porta do carona e a jogava para trás, suas mãos quebradas se aproximando de mim e tentando me pegar. Porém, hoje, eu vira o rosto dele... e eu não tinha nem palavras para descrever o que estava sentindo.
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Aquilo era ruim. Muito ruim.
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- Eu... eu preciso ir para casa - sussurrei, minha voz engrolada e seca como se eu tivesse acabado de ser resgatado de um deserto.
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- Se acalme, jovem Regis - disse o Prof. Novaz, pegando um estetoscópio e o levando na direção do meu peito - Seu pai já foi avisado, e ele está vindo aqui para buscá-lo.
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- Mas e Serina... e Líon? Quem vai levá-los para casa?- perguntei, olhando de um rosto a outro, como se pedisse ajuda.
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- Não se preocupe - disse Líon, passando o braço pela cintura da irmã - Nossos pais já chegaram, eles vão nos levar. Só estávamos esperando para ver se você estava melhor.
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Sem saída, fechei os meus olhos em concordância e deixei o socorrista terminar o seu trabalho.
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Tudo não havia passado de uma ilusão. Eu nunca seria normal, e nada poderia mudar essa condição. Esse tempo todo eu estava tendo sonhos com o demônio assasino, mas só agora eu descobrira... Que tipo de Arcano eu era?
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Olhando para os rostos preocupados que me rodeavam, percebi que as coisas haviam mudado sim. E por três semanas eu me deixei acreditar que eram para melhor.
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Só então eu entendi que tudo fazia parte de uma estratégia, um plano malígno e cruel.
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Pois, olhando para aquelas pessoas, finalmente vi que o jogo das sombras havia começado... e logo eu, o garoto mais solitário de Ventura, enfim tinha muito mais coisas a perder do que antes.

2 comentários:

  1. Nossa, muito louco esse capítulo.
    Q bom que voltou a postar !!!

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  2. Oiiee Henri, estou adorando seu blog.
    sua historia é bem estruturadaa .. ^^

    de um pulinho no meu http://melanieannfigueiredo.blogspot.com/

    =)
    Henri, coloque um codigo de bloqueio para que não copie sua história; no meu outro blog copiaram, então eu criei um novo e coloquei o codigo http://www.icebreaker.com.br/2009/05/protegendo-seu-blog-contra-o-plagio.html
    ook beijinhos ;D poste mais

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